terça-feira, 10 de junho de 2014

TEORIA DO AGENDAMENTO

 A MÍDIA TEM TODO O PODER


Para explicar o que é essa Teoria do Agendamento, vou começar esse post com um exemplo.
Sabe quando você está em casa à noite entediado e resolve ligar a televisão? Então, você liga a TV exatamente na hora do Jornal Nacional, aí ouve o William Bonner e a Patrícia Poeta relatando sobre um atentado terrorista que derrubou a Estátua da Liberdade em Nova Iorque. Você fica pasmo, mas resolve mudar de canal e ver o que está passando nas outras emissoras. Você coloca na Record e vê que o Celso Freitas e a Adriana Araújo estão falando sobre o mesmo assunto. Coincidência, não? Dois jornais passando a mesma notícia... Agora chega! Você resolve desligar a televisão e ir dormir, pois o dia seguinte estará cheio de coisas para fazer.
No dia seguinte, você acorda, se arruma e vai para o trabalho. Durante o caminho você percebe que nas bancas de jornal, a maioria dos jornais (pelo menos, os de maior circulação), apresentam na primeira página manchetes do tipo: ATENTADO TERRORISTA DERRUBA SÍMBOLO NORTE-AMERICANO, (não sou muito boa de títulos, mas é essa a ideia.), e logo abaixo, uma enorme fotografia da estátua se desfazendo em mil pedacinhos. Aí você pensa: Essa notícia, de novo?
Chegando ao trabalho, a primeira coisa que seu chefe fala (antes mesmo de dar “Bom dia”), é sobre a queda da Estátua da Liberdade. No decorrer do dia, todos os seus colegas estão comentando sobre o assunto. Em casa, sua família também não para de falar sobre o ataque terrorista.
O ataque que derrubou a Estátua da Liberdade se tornou o assunto da semana! Você observa que a Veja, Isto é, ou outras revistas, fizeram super-reportagens sobre o ocorrido; assim como o Fantástico, Domingo Espetacular, enfim, em todos os veículos de comunicação foi noticiado, com grandiosidade de detalhes sobre o atentado.
UFA.... Perdi o fôlego....

Bom, isso é a Teoria do Agendamento, ou Teoria da Agenda Setting. A mídia determina quais assuntos pautados terão maior evidência, fazendo com que, consequentemente, a população comente sobre tais assuntos.
A origem dessa teoria é atribuída a Walter Lippman, em 1922, em seu livro Public Opinion, onde afirma que a opinião pública é formada com base em um pseudoambiente criado pela mídia, ou seja, os veículos de comunicação atuam indiretamente, criando estereótipos em nosso subconsciente, de forma a manipular e direcionar a opinião pública.
Baseados neste raciocínio, em 1970, os pesquisadores Maxwell McCombs e Donald Shaw, apresentaram um estudo sobre influência (usei essa palavra porque não encontrei outra que descrevesse melhor meu pensamento, mas não é exatamente “influência” que quero dizer.) dos meios de comunicação na sociedade, resultando na Teoria do Agendamento.
Basicamente, o agendamento direciona nossa atenção à determinados assuntos, premeditadamente pautados pela mídia, formando assim, a opinião pública. É como se fosse um filtro, que seleciona o que os meios de comunicação consideram ou não de “interesse público”.


NOTA: O exemplo apresentado nesse post é uma invenção minha.

Amanda Oliveira


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