A MÍDIA TEM TODO O PODER
Para explicar o que é
essa Teoria do Agendamento, vou começar esse post com um exemplo.
Sabe quando você está
em casa à noite entediado e resolve ligar a televisão? Então, você liga a TV
exatamente na hora do Jornal Nacional,
aí ouve o William Bonner e a Patrícia Poeta relatando sobre um atentado
terrorista que derrubou a Estátua da Liberdade em Nova Iorque. Você fica pasmo,
mas resolve mudar de canal e ver o que está passando nas outras emissoras. Você
coloca na Record e vê que o Celso Freitas e a Adriana Araújo estão falando
sobre o mesmo assunto. Coincidência, não? Dois jornais passando a mesma
notícia... Agora chega! Você resolve desligar a televisão e ir dormir, pois o
dia seguinte estará cheio de coisas para fazer.
No dia seguinte, você
acorda, se arruma e vai para o trabalho. Durante o caminho você percebe que nas
bancas de jornal, a maioria dos jornais (pelo menos, os de maior circulação),
apresentam na primeira página manchetes do tipo: ATENTADO TERRORISTA DERRUBA
SÍMBOLO NORTE-AMERICANO, (não sou muito boa de títulos, mas é essa a ideia.), e
logo abaixo, uma enorme fotografia da estátua se desfazendo em mil pedacinhos.
Aí você pensa: Essa notícia, de novo?
Chegando ao trabalho,
a primeira coisa que seu chefe fala (antes mesmo de dar “Bom dia”), é sobre a
queda da Estátua da Liberdade. No decorrer do dia, todos os seus colegas estão
comentando sobre o assunto. Em casa, sua família também não para de falar sobre
o ataque terrorista.
O ataque que derrubou
a Estátua da Liberdade se tornou o assunto da semana! Você observa que a Veja, Isto é, ou outras revistas, fizeram super-reportagens sobre o
ocorrido; assim como o Fantástico, Domingo Espetacular, enfim, em todos os
veículos de comunicação foi noticiado, com grandiosidade de detalhes sobre o
atentado.
UFA.... Perdi o
fôlego....
Bom, isso é a Teoria
do Agendamento, ou Teoria da Agenda Setting. A mídia determina quais assuntos
pautados terão maior evidência, fazendo com que, consequentemente, a população
comente sobre tais assuntos.
A origem dessa teoria
é atribuída a Walter Lippman, em 1922, em seu livro Public Opinion, onde afirma que a opinião pública é formada com
base em um pseudoambiente criado pela mídia, ou seja, os veículos de
comunicação atuam indiretamente, criando estereótipos em nosso subconsciente, de
forma a manipular e direcionar a opinião pública.
Baseados neste
raciocínio, em 1970, os pesquisadores Maxwell McCombs e Donald Shaw,
apresentaram um estudo sobre influência (usei essa palavra porque não encontrei
outra que descrevesse melhor meu pensamento, mas não é exatamente “influência”
que quero dizer.) dos meios de comunicação na sociedade, resultando na Teoria
do Agendamento.
Basicamente, o
agendamento direciona nossa atenção à determinados assuntos, premeditadamente
pautados pela mídia, formando assim, a opinião pública. É como se fosse um
filtro, que seleciona o que os meios de comunicação consideram ou não de
“interesse público”.
NOTA: O exemplo
apresentado nesse post é uma invenção minha.
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