Sabe aquela história
que diz que brasileiro sempre deixa tudo para a última hora? Muitos dizem que
isso é cultural, que vem desde os primórdios de nossa história. Não sei se isso
é verdade, mas quando falamos da história da imprensa brasileira, percebemos
que, talvez tal afirmação até faça sentido.
Para entender esse
post, voltemos ao início de nossa história e sigamos em uma cronologia. Em 22
de abril do ano de 1500 ancora na costa da Bahia a esquadra portuguesa liderada
por Pedro Álvares Cabral. O Brasil é descoberto! Em 1530 organiza-se a primeira
expedição com objetivos coloniais, comandada por Martim Afonso de Souza,
culminando na fundação da Vila de São Vicente, a primeira cidade brasileira.
Paremos de falar um
pouco do Brasil, vamos conhecer a situação de países próximos ao nosso neste
período. Que tal começar pelo México? O ano é 1539 e uma imprensa começa a
surgir. Agora vamos ao Peru. Em 1583 surge sua imprensa; já nos Estados Unidos
da América, o ano de nascimento daquela que conforme as palavras de George
Orwell, deve “publicar aquilo que alguém não quer que se publique”, é 1650.
Ok, voltemos ao
Brasil. Bom, nosso país nesse período passava por momentos turbulentos. Foram
vários acontecimentos, desde a invasão holandesa (1630 – 1654) até conflitos,
como a Inconfidência Mineira (1789). Em meio a tanta tensão era de se esperar
que surgisse alguma coisa que
noticiasse todos os acontecimentos! Pois é, até surgiram, mas todas as
tentativas foram suprimidas pelo governo português, que, com o objetivo de
manter a Colônia sob seu domínio total, a mantinha completamente ignorante,
alheia a tudo o que acontecia.
D. Maria I, a rainha louca |
A imprensa brasileira
só surgiu no ano de 1808, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil,
que fugia de Napoleão Bonaparte. Existe até uma frase dita por D. Maria, a
louca, mãe do rei de Portugal, D. João VI, que, enquanto todos se aprontavam
desesperadamente para partir ao Brasil, ela que era a mais calma de todos,
inocentemente soltou a seguinte “pérola”: “Não
corram tanto, vão pensar que estamos a fugir”.
Depois da chegada da
família real, D. João VI tratou de oficializar a imprensa, e, no dia 31 de
maio do mesmo ano, mediante um Ato Real, nascia a Imprensa Régia, no Rio de
Janeiro.
Portugal, até o
momento não permitia imprensa
na Colônia. Desse modo, em 10 de setembro, surgia – do ponto de vista oficial,
autorizado pelo governo – o primeiro jornal brasileiro, a Gazeta do Rio de
Janeiro. Contudo, três meses antes, em 01 de junho, surgia o Correio
Braziliense, um periódico feito em Londres, que entrava clandestinamente na
Colônia, pois não era autorizado pelos governantes.
E esse foi o início
da imprensa brasileira, uma imprensa tardia, que só teve início quando outros
países já apresentavam um quadro bem mais “evoluído” no assunto.
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