Se você é jornalista ou pretender
ser, em algum momento já ouviu ou vai ouvir falar sobre Samuel Wainer. Ele é um
dos ícones da história do Jornalismo Brasileiro. As Memórias de Samuel foram
ditadas num depoimento que soma 53 fitas de áudio que foram cedidas pela sua
filha, Pinky Wainer ao jornalista Augusto Nunes, que as reuniu, organizou,
editou e transformou no livro Minha Razão de Viver.
Samuel conta sua história de um
modo franco e íntegro. Do início de sua carreira em pequenos jornais a sua
passagem por grandes veículos como Diretrizes e Diários Associados de Assis
Chateubriand. Wainer viveu momentos onde esteve entre o céu e o inferno. Foi
correspondente internacional em 1945 e 1964 quando teve que se exilar para
fugir da ditadura. Sua influência era visível. De sua relação de amizade com
Getulio Vargas, nasceu o jornal getulista Última Hora, que foi segundo
ele sua “maior aventura”. Ele fala sobre sua relação com Carlos Lacerda, que de
amigo intimo se tornou um dos seus maiores inimigos, e que juntamente com seu
ex-patrão Chateaubriand se empenhou em destruir sua vida e sua carreira.
Sobre sua paixão pelo Jornalismo
ele diz “Um jornalista não pode deixar de viajar. É preciso viajar
incessantemente ao encontro do que está para acontecer, e insisto em que é
possível viajar pelo nosso bairro, até mesmo pela nossa rua. Sempre circulei
atento à aparição do imprevisto, e passei a minha vida à espera de que algo
acontecesse, alguma coisa, qualquer coisa, pressentindo que a noticia de que
algo acontecera viria por carta. Tornaram-se folclóricos os telefonemas de que
eu dava para a redação, repetindo a mesma pergunta: chegou alguma carta? Sempre
aguardei com ansiedade a chegada da correspondência, sempre que o telefone
tocava eu corria a atender. Geralmente, são esses extratos banais enviados
pelos bancos, mas não desisto: algum dia chegará a noticia de que algo
aconteceu.”
Wainer nunca deixou de lutar. Afirma
que tudo o que fez durante sua carreira foi em favor de seus ideais. Minha
Razão de Viver, acima de tudo é um relato fiel de um homem que além de fazer
parte das grandes transformações da imprensa brasileira, foi testemunha e fez
parte dos maiores episódios do século XX da história de nosso país.
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