
Samuel conta sua história de um
modo franco e íntegro. Do início de sua carreira em pequenos jornais a sua
passagem por grandes veículos como Diretrizes e Diários Associados de Assis
Chateubriand. Wainer viveu momentos onde esteve entre o céu e o inferno. Foi
correspondente internacional em 1945 e 1964 quando teve que se exilar para
fugir da ditadura. Sua influência era visível. De sua relação de amizade com
Getulio Vargas, nasceu o jornal getulista Última Hora, que foi segundo
ele sua “maior aventura”. Ele fala sobre sua relação com Carlos Lacerda, que de
amigo intimo se tornou um dos seus maiores inimigos, e que juntamente com seu
ex-patrão Chateaubriand se empenhou em destruir sua vida e sua carreira.
Sobre sua paixão pelo Jornalismo
ele diz “Um jornalista não pode deixar de viajar. É preciso viajar
incessantemente ao encontro do que está para acontecer, e insisto em que é
possível viajar pelo nosso bairro, até mesmo pela nossa rua. Sempre circulei
atento à aparição do imprevisto, e passei a minha vida à espera de que algo
acontecesse, alguma coisa, qualquer coisa, pressentindo que a noticia de que
algo acontecera viria por carta. Tornaram-se folclóricos os telefonemas de que
eu dava para a redação, repetindo a mesma pergunta: chegou alguma carta? Sempre
aguardei com ansiedade a chegada da correspondência, sempre que o telefone
tocava eu corria a atender. Geralmente, são esses extratos banais enviados
pelos bancos, mas não desisto: algum dia chegará a noticia de que algo
aconteceu.”
Wainer nunca deixou de lutar. Afirma
que tudo o que fez durante sua carreira foi em favor de seus ideais. Minha
Razão de Viver, acima de tudo é um relato fiel de um homem que além de fazer
parte das grandes transformações da imprensa brasileira, foi testemunha e fez
parte dos maiores episódios do século XX da história de nosso país.
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