domingo, 27 de julho de 2014

INDICAÇÃO DA SEMANA LIVRO: MINHA RAZÃO DE VIVER

Se você é jornalista ou pretender ser, em algum momento já ouviu ou vai ouvir falar sobre Samuel Wainer. Ele é um dos ícones da história do Jornalismo Brasileiro. As Memórias de Samuel foram ditadas num depoimento que soma 53 fitas de áudio que foram cedidas pela sua filha, Pinky Wainer ao jornalista Augusto Nunes, que as reuniu, organizou, editou e transformou no livro Minha Razão de Viver.
Samuel conta sua história de um modo franco e íntegro. Do início de sua carreira em pequenos jornais a sua passagem por grandes veículos como Diretrizes e Diários Associados de Assis Chateubriand. Wainer viveu momentos onde esteve entre o céu e o inferno. Foi correspondente internacional em 1945 e 1964 quando teve que se exilar para fugir da ditadura. Sua influência era visível. De sua relação de amizade com Getulio Vargas, nasceu o jornal getulista Última Hora, que foi segundo ele sua “maior aventura”. Ele fala sobre sua relação com Carlos Lacerda, que de amigo intimo se tornou um dos seus maiores inimigos, e que juntamente com seu ex-patrão Chateaubriand se empenhou em destruir sua vida e sua carreira.
Sobre sua paixão pelo Jornalismo ele diz “Um jornalista não pode deixar de viajar. É preciso viajar incessantemente ao encontro do que está para acontecer, e insisto em que é possível viajar pelo nosso bairro, até mesmo pela nossa rua. Sempre circulei atento à aparição do imprevisto, e passei a minha vida à espera de que algo acontecesse, alguma coisa, qualquer coisa, pressentindo que a noticia de que algo acontecera viria por carta. Tornaram-se folclóricos os telefonemas de que eu dava para a redação, repetindo a mesma pergunta: chegou alguma carta? Sempre aguardei com ansiedade a chegada da correspondência, sempre que o telefone tocava eu corria a atender. Geralmente, são esses extratos banais enviados pelos bancos, mas não desisto: algum dia chegará a noticia de que algo aconteceu.”
Wainer nunca deixou de lutar. Afirma que tudo o que fez durante sua carreira foi em favor de seus ideais. Minha Razão de Viver, acima de tudo é um relato fiel de um homem que além de fazer parte das grandes transformações da imprensa brasileira, foi testemunha e fez parte dos maiores episódios do século XX da história de nosso país.


Karina Costa



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