segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O PASQUIM - OS HERÓIS DA RESISTÊNCIA

O Pasquim foi um jornal que representou - e como representou - a Imprensa Alternativa, que fazia oposição ao Regime Militar. O símbolo do jornal foi o ratinho Sig (de Sigmund Freud), desenhado por Jaguar, baseado na anedota da época que dizia que "se Deus havia criado o sexo, Freud criou a sacanagem".

Criado em 1969, em uma época de Ditadura Militar, O Pasquim surge para incomodar muita gente e encantar o Brasil. Era um jornal muito bem humorado, e assim se tornou o grande jornal do Brasil. Com uma tiragem inicial de 20 mil exemplares, o jornal rapidamente atingiu mais de 200 mil em seu auge, se tornando um dos maiores fenômenos do Brasil.


Os censores faziam vários cortes até que o jornal fosse liberado para publicação.  Mesmo assim, alguns números eram recolhidos já nas bancas. Em novembro de 1970 a redação inteira do O Pasquim foi presa depois que o jornal publicou uma sátira do célebre quadro de Dom Pedro às margens do Ipiranga. 


Os militares esperavam que o semanário saísse de circulação e seus leitores perdessem o interesse, mas durante todo o período em que a equipe esteve encarcerada, O Pasquim foi mantido, sobre a chefia de Millôr Fernandes, que escapou da prisão. O jornal contou com a ajuda de ilustres nomes, como Chico Buarque e Antônio Callado, entre outros intelectuais cariocas. Os leitores notaram que o jornal estava diferente, porém a prisão dos jornalistas não pode ser noticiada.
As prisões continuariam nos anos seguintes, e na década de 1980 bancas que vendiam jornais alternativos como O Pasquim passaram a ser alvo de atentados a bomba. 
O Pasquim chegou ao fim em 11 de novembro de 1991.
No carnaval de 1990, O Pasquim foi homenageado pela Acadêmicos de Santa Cruz, com o enredo "Os Heróis da Resistência".


O Pasquim acabou ganhando um documentário produzido com recursos do governo. "O Pasquim — A Subversão do Humor", foi lançado em junho de 2004 e exibido pela TV Câmara. 



Em abril de 2006 a Editora Desiderata lançou O Pasquim - Antologia — 1969 - 1971, feito com matérias e entrevistas das 150 primeiras edições do semanário. O livro foi um sucesso, entrando para a lista de mais vendidos daquele ano e motivando o lançamento de um segundo volume em 2007, desta vez cobrindo o material do período entre 1972 e 1973, bem como um terceiro em 2009, cobrindo os anos de 1973 e 1974.


O Pasquim mudou a forma de se fazer jornalismo no Brasil. Como disse o próprio Jaguar, a imprensa tirou o paletó e a gravata. 
Luna Oliva



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