No Jornalismo, é comum ouvir frases
como esta: “Não precisamos saber mexer com números”. Muitos se enganam quando
pensam que não irão se deparar com algarismos, pelo fato de o primordial no
Jornalismo, ser a escrita. Este tipo de pensamento eleva o grau de dificuldade
dos jornalistas informarem com precisão matérias sobre: dados do censo,
déficits de orçamento ou estatísticas esportivas tornando a informação sobre
números uma tarefa mais complexa.
Com base em uma pesquisa do grupo de
especialista do assunto da BBC, e de um texto na parte do Ombusdman, da Folha
de S. Paulo, iremos citar alguns erros mais cometidos pelos jornalistas ao
lidar com números:
Falta de contextualização
Muitas vezes os jornalistas
fornecem números que parecem astronômicos sem qualquer base de contextualização
que permita o leitor compará-los e interpretá-los para aplicar em sua
realidade. Como foi citado pela jornalista Suzana Singer “É impossível saber se
“os 308 consultórios de rua para tratar dependentes de crack no Brasil”, a
serem criados pelo governo federal, são suficientes se o jornal não informa
quantos são os viciados e quantos postos desse tipo o país tem.
Questionamento insuficiente
Os jornalistas muitas vezes
são seduzidos pelo valor de “choque de valores extremos” e acabam publicando a
matéria sem questionamento, pesquisa e melhor revisão dos dados. Uma quantidade
digna de nota pode sinalizar um problema com sua exatidão ou má interpretação
de seu significado.
Reportar índices sem explicação
Existem matérias que reportam
um aumento ou queda nos números sem explicar o que levou os valores desses
índices. Os elementos são básicos da noticia: o risco duplica se você usar um telefone, as batidas
policiais quadruplicam, taxas do câncer de mama sobem com a bebida por exemplo.
Eles são básicos, mas muitas vezes há uma omissão deprimente. É importante
incluir a causa da mudança e o ponto de partida do número.
Para
evitar que erros como estes ocorram, o ideal é a aplicação permanente das
regras que regem o trabalho Jornalístico. O questionamento continuo, a procura
de duas ou mais fontes que comprovem os dados para embasamento da matéria, a contextualização
e explicação dos dados para que o leitor não seja confundido ao invés de ser
esclarecido.
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