segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Números e o Jornalismo



No Jornalismo, é comum ouvir frases como esta: “Não precisamos saber mexer com números”. Muitos se enganam quando pensam que não irão se deparar com algarismos, pelo fato de o primordial no Jornalismo, ser a escrita. Este tipo de pensamento eleva o grau de dificuldade dos jornalistas informarem com precisão matérias sobre: dados do censo, déficits de orçamento ou estatísticas esportivas tornando a informação sobre números uma tarefa mais complexa.
Com base em uma pesquisa do grupo de especialista do assunto da BBC, e de um texto na parte do Ombusdman, da Folha de S. Paulo, iremos citar alguns erros mais cometidos pelos jornalistas ao lidar com números:

Falta de contextualização

Muitas vezes os jornalistas fornecem números que parecem astronômicos sem qualquer base de contextualização que permita o leitor compará-los e interpretá-los para aplicar em sua realidade. Como foi citado pela jornalista Suzana Singer “É impossível saber se “os 308 consultórios de rua para tratar dependentes de crack no Brasil”, a serem criados pelo governo federal, são suficientes se o jornal não informa quantos são os viciados e quantos postos desse tipo  o país tem.

Questionamento insuficiente

Os jornalistas muitas vezes são seduzidos pelo valor de “choque de valores extremos” e acabam publicando a matéria sem questionamento, pesquisa e melhor revisão dos dados. Uma quantidade digna de nota pode sinalizar um problema com sua exatidão ou má interpretação de seu significado.

Reportar índices sem explicação

Existem matérias que reportam um aumento ou queda nos números sem explicar o que levou os valores desses índices. Os elementos são básicos da noticia: o risco duplica se você usar um telefone, as batidas policiais quadruplicam, taxas do câncer de mama sobem com a bebida por exemplo. Eles são básicos, mas muitas vezes há uma omissão deprimente. É importante incluir a causa da mudança e o ponto de partida do número.

Para evitar que erros como estes ocorram, o ideal é a aplicação permanente das regras que regem o trabalho Jornalístico. O questionamento continuo, a procura de duas ou mais fontes que comprovem os dados para embasamento da matéria, a contextualização e explicação dos dados para que o leitor não seja confundido ao invés de ser esclarecido.
                                                  

KARINA COSTA 



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