O Pasquim foi um jornal que
representou - e como representou - a Imprensa Alternativa, que fazia oposição
ao Regime Militar. O símbolo do jornal foi o ratinho Sig (de Sigmund Freud),
desenhado por Jaguar, baseado na anedota da época que dizia que "se Deus
havia criado o sexo, Freud criou a sacanagem".
Criado em 1969, em uma época
de Ditadura Militar, O Pasquim surge para incomodar muita gente e encantar o
Brasil. Era um jornal muito bem humorado, e assim se tornou o grande jornal do
Brasil. Com uma tiragem inicial de 20 mil exemplares, o jornal rapidamente
atingiu mais de 200 mil em seu auge, se tornando um dos maiores fenômenos do
Brasil.
Os censores faziam vários
cortes até que o jornal fosse liberado para publicação. Mesmo assim, alguns números eram recolhidos
já nas bancas. Em novembro de 1970 a redação inteira do O Pasquim foi presa depois que o jornal publicou uma sátira do
célebre quadro de Dom Pedro às margens do Ipiranga.
Os militares esperavam que o
semanário saísse de circulação e seus leitores perdessem o interesse, mas
durante todo o período em que a equipe esteve encarcerada, O Pasquim foi
mantido, sobre a chefia de Millôr Fernandes, que escapou da prisão. O jornal
contou com a ajuda de ilustres nomes, como Chico Buarque e Antônio Callado, entre outros intelectuais cariocas. Os leitores notaram que o jornal estava
diferente, porém a prisão dos jornalistas não pode ser noticiada.
As prisões continuariam nos anos seguintes, e na década
de 1980 bancas que vendiam jornais alternativos como O Pasquim passaram a ser
alvo de atentados a bomba.
O Pasquim chegou ao fim em 11 de novembro de 1991.
O Pasquim chegou ao fim em 11 de novembro de 1991.
No carnaval de 1990, O Pasquim foi homenageado pela
Acadêmicos de Santa Cruz, com o enredo "Os Heróis da Resistência".
O Pasquim acabou ganhando um documentário produzido com
recursos do governo. "O Pasquim — A Subversão do Humor", foi lançado
em junho de 2004 e exibido pela TV Câmara.
Em abril de 2006 a Editora
Desiderata lançou O Pasquim - Antologia — 1969 - 1971, feito com matérias e
entrevistas das 150 primeiras edições do semanário. O livro foi um sucesso,
entrando para a lista de mais vendidos daquele ano e motivando o lançamento de
um segundo volume em 2007, desta vez cobrindo o material do período entre 1972
e 1973, bem como um terceiro em 2009, cobrindo os anos de 1973 e 1974.
O Pasquim mudou a forma de se fazer jornalismo no Brasil.
Como disse o próprio Jaguar, a imprensa tirou o paletó e a gravata.
Luna Oliva
O Pasquim mudou a forma de se fazer jornalismo no Brasil.
Como disse o próprio Jaguar, a imprensa tirou o paletó e a gravata.